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Dança (a 2)

  • Foto do escritor: Júlia Marquezan
    Júlia Marquezan
  • 16 de set. de 2024
  • 1 min de leitura

Esperar. Sustentar a angústia.

Segurar o peso do infinito — enquanto o peito rasga.


Nessa equação de dois corpos, busco aquilo que é meu.

Me perco.

Agonia.

A equação nunca fecha.


Esperar. Sustentar o silêncio.

Colocar-se nas distâncias (pois nelas também há proximidade).

Lembrar que o outro é outro alguém.

Entender o que não faz sentido. Sentir o outro como alguém para além de mim.


Lembrar de quem eu sou.

E me esquecer em ti.

Cada um um universo infinitamente singular.


Esperar. Sustentar a frustração. Ampliar-se.

Lembrar da existência do outro — sentindo ele em mim.

Lembrar que sinto eu.

Mesmo já sendo nós (o risco de me apaixonar por nós é ficar sem ti).


Distância.

Distancio.Te vejo maior.

Nos sinto.

Nessa dança entre dois corpos, me crio.

No corpo para além de mim, composição.


Texto escrito em 27/08/2022

 
 
 

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